Entre Reticências: março 2014

Filme Resenha: Romance

Título: Romance

Duração: 106 min.

Gênero: Drama/Romance

Elenco: Com Wagner Moura, Letícia Sabatella, Andréa Beltrão, Vladimir Brichta, Marco Nanini.

Diretor : Guel Arraes

Somente este ano tive a oportunidade de ver o filme Romance, já havia tido vontade de ver anteriormente por que é com o Wagner Moura e via algumas imagens por aí do filme.

Algumas pessoas costumam negar filmes brasileiros por acharem que são "ruins" e sempre a mesma coisa (que só mostra sexo, drogas, comedia da pior qualidade e tiroteio) Ok, a grande maioria é assim, mas existem exceções. O povo brasileiro difama muita coisa do Brasil, não só filme, como musicas, cidades, o Brasil em geral, e vive consumindo só o que vem de fora. É um tanto quanto ignorante da parte de nós brasileiros, tendo em vista que o Brasil possui uma cultura linda se você prestar atenção nos mínimos detalhes, e é claro, dar valor a ela. Mas enfim, depois do meu desabafo vamos falar de um dos filmes mais poéticos que ja assisti.

Romance, conta uma história de dois atores de teatro Pedro e Ana, que se apaixonam durante os ensaios de uma peça chamada Tristão e Isolda.

Podemos notar que eles tem bastante química e muita coisa em comum, vivem discutindo sobre a peça de formas poéticas e românticas, e da para ver a paixão que eles tem pela obra e a arte de contracenar.

No começo é como se a história deles e a história de Tristão e Isolda, se difundissem em uma só, tornando a história deles como de Tristão e Isolda nos dias de hoje,mas sem tanto drama.

Mas, como tudo não são um mar de rosas, devido o sucesso da peça Ana é chamada para participar de uma novela ( se eu não me engano, Pedro também é chamado, mas ele não aceita). Então eles terminam por que Pedro desconfia de Ana esta traindo ele.

Ana fica muito famosa e Pedro continua fazendo peças sozinho, com um publico que da para contar nos dedos.

Até que 3 Anos se passam e Ana volta sugerindo para Pedro criar um roteiro para uma minissérie na TV que seria a peça que eles contracenaram juntos, na época de teatro - Tristão e Isolda, só que diferente, a história seria adaptada para um sertão nordestino, por quesitos de audiência.

Eles voltam a discutir o amor recíproco infeliz que tiveram (como dizem) e Ana fica indecisa entre o ator que esta contracenando com ela na minissérie, Orlando e seu antigo amor: Pedro.
Isso me irritou bastante, pois ela amava Pedro, mas era apaixonada por Orlando, cheguei a pensar que ela se apaixonaria por qualquer um que fizesse o papel de Tristão.

Romance é o tipo de filme que da vontade de ficar dando pause para anotar cada fala, frase. São diálogos lindos e poéticos, um filme que fala sobre o amor de uma forma incrível e leve, juntando realidade com a ficção que encontramos nos livros. Além de trazer a história de Tristão e Isolda, que me deixou super afim de comprar o livro.

Ana e Pedro buscam o amor recíproco feliz, lutando contra o futuro provável que é o fim do amor, morrer de tédio, a infelicidade, o fim da paixão (que só dura 3 anos, segundo Pedro), ou o termino por uma infiltração na cozinha. Eles são bem "pé no chão", acreditam que não se deve esperar do amor, mas sonham em que seu romance seja uma exceção...

Também não posso deixar de comentar que tem uma leve parte de comedia que ficou por conta dos atores Vladimir Brichta e Andréa Beltrão.

Filmes como esse merecem destaque, mas essa não é a realidade.

Recomendo para quem curte romances e histórias diferentes.

Além do mais, é com o Wagner Moura né? só por isso você ja deveria assistir.

Trailer:

P.S: Tem o filme inteiro no youtube, então corre lá.

Trechos do Filme:

A palavra paixão quer dizer sofrimento: paixão de Cristo, por exemplo. Quem diz que está apaixonado diz que está sofrendo por amor e, o que é mais incrível, está gostando de sofrer. Nas histórias românticas, amar significa sofrer.

Esse é o problema com o amor… ou ele vira cobrança e ninguém tem mais paz, ou então ele vira rotina e as pessoas morrem de tédio..

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In Tati Bernardi, Textos

Não sinto saudades do seu amor

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In Charlotte Bronte, Citações

Prazer Agridoce

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In Leitura, Resenhas

Resenha: Quem é você, Alasca

Autor: John Green

Editora: Martins Fontes

Páginas: 229

Nota: ✰✰✰✰✰

· Sinopse: Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras - e está cansado de sua vidinha segura e sem graça em casa. Vai para uma nova escola à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o 'Grande Talvez'. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young. Inteligente, engraçada, problemática e extremamente sensual, Alasca levará Miles para o seu labirinto e o catapultará em direção ao Grande Talvez.

Será que todo o livro do John Green termina com um gostinho de quero mais ou é impressão minha?

Na verdade é o segundo livro que eu leio dele, mas assim como A culpa é das estrelas eu li as ultimas paginas pensando: "não, não acaba por favor, preciso ler de novo!"

Enfim, o livro é dividido em duas partes: Antes e Depois. Conta a história de Miles Halter que estava cansado da sua vidinha e resolve deixar seus pais e seus poucos (praticamente nenhum) amigos e ir para uma escola interna á procura do "Grande Talvez", a Culver Cre.ek, que fica no Alabama. Então ele conhece umas pessoas legais como o Coronel (chip), Takumi, Lara, eee Alasca Young ( é um nome sim e feminino). Ah, e ele é chamado de Gordo pelos amigos por ser muito magro.

A Alasca é uma garota muito bonita, que adora fumar, beber, fazer trotes, sexo, ler e ser completamente misteriosa. E o Miles acaba se apaixonando por ela, mas ele sabia que não daria certo porque ela tem namorado, entretanto ele ainda tinha esperanças sobre ter um possível relacionamento com ela.

Ela tinha namorado. Eu era um palerma. Ela era apaixonante. Eu era irremediavelmente sem graça. Ela era infinitamente fascinante. Então voltei para o meu quarto e desabei no beliche de baixo, pensando que, se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela, um furacão.

Então a história vai rolando, tenho que admitir que tem vários altos e baixos, no sentido do livro estar super legal e depois ficar super tedioso sem nada empolgante e nada a descobrir, só falando sobre as coisas que o Miles aprontava com os amigos e a Alasca sempre aparecer feliz num dia e triste no outro. Mas também do nada, fica super legal e o John Green joga uma bomba e fica uma mistura de sentimentos de tristeza e empolgação.

Os capítulos são como se contassem os dias de algo que vai acontecer depois, que eu não posso contar porque eu estou aprendendo a controlar meus Spoilers.

Eu recomendo o livro, é muito bom e tem muitas frases bonitas reflexivas, partes em que nós mesmos , leitores nos questionamos sobre o que é a vida e a morte em geral? o que é o universo e coisas do tipo.

Termina com gostinho de quero mais, com gostinho de "quero ser Alasca", E um vazio grande.

Como dizem por aí, realmente mostra o impacto que uma pessoa causa na vida da outra, como mesmo sem ao menos conhecer profundamente essa pessoa, ela pode mudar sua vida completamente. E também ensina um pouco a dar valor a vida e as pessoas ao seu redor.

Algumas frases:

Passamos a vida inteira no labirinto, perdidos, pensando em como um dia conseguiremos escapar e em como será legal. Imaginar esse futuro é o que nos impulsiona para a frente, mas nunca fazemos nada. Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente.

Se ao menos conseguíssemos enxergar a infinita cadeia de consequências que resultam das nossas pequenas decisões. Mas só percebemos tarde demais, quando perceber é inútil.

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In Leitura, Resenhas

Resenha: O Morro dos Ventos Uivantes

O Morro dos ventos Uivantes

Emily Bronte

292 paginas

Editora: Lua de papel

Nota ✰✰✰✰✰

Sinopse: Na fazenda chamada Morro dos Ventos Uivantes nasce uma paixão devastadora entre Heathcliff e Catherine, amigos de infância e cruelmente separados pelo destino. Mas a união do casal é mais forte do que qualquer tormenta: um amor proibido que deixará rastros de ira e vingança. "Meu amor por Heathcliff é como uma rocha eterna. Eu sou Heathcliff", diz a apaixonada Cathy. O único romance escrito por Emily Brontë e uma das histórias de amor mais surpreendentes de todos os tempos, O Morro dos Ventos Uivantes é um clássico da literatura inglesa e tornou-se o livro favorito de milhares de pessoas.

O Morro dos Ventos Uivantes é de longe o meu livro favorito, fazer uma resenha sobre ele é algo muito complicado, pois o livro é bem complexo e perfeitamente estranho comparando as histórias naturais de romance que lemos por aí.

Eu li a muito tempo atrás para um trabalho de escola, peguei na biblioteca, aquele livro com o nome estranho e as paginas amareladas e uma capa nem um pouco atraente, mas foi a melhor escolha que eu fiz.

Bom, o livro é sobre a longa e complicada história de Catherine e Heathcliff.

Começa com o Sr. Lookwood que aluga a granja do Heathcliff e resolve conhece-lo, porém o Heathcliff o trata super mal e Lookwood, muito curioso quer entender por ele é assim, então a sua criada Nelly, que também ja foi criada do da casa o Morro dos ventos uivantes (onde o Heathcliff mora) conta a história para o Lookwood.

Heathcliff foi adotado pelo pai da Catherine Earnshal ainda quando ele era uma criança, pele escura, aparência de cigano como os próprios o descreviam, fazia-o diferente da família Earnshal.

Catherine e Heathcliff ficaram muito próximos, muito amigos, mas Hindley (irmão mais velho de Cathy) o odiava.

Com o tempo Hindley se tornou o homem da casa logo após a morte de seu pai, ou seja, fez o Heathcliff se tornar um criado, um escravo por simplesmente odia-lo desde que chegou a sua casa.

O tempo passa e eles crescem e Catherine vira uma moça muito culta e elegantes após passar um tempo fora para aprender bons modos e volta completamente diferente do que costumava ser com Heathcliff. Entretanto eles se amavam, desde pequenos, por mais que isso não seja visível.

E ele é a minha grande razão de viver. Se tudo morresse,mas ele ficasse, eu continuaria a existir. E, se tudo permanecesse e ele fosse aniquilado,o mundo inteiro se tornaria para mim uma coisa totalmente estranha. Eu não seria mais parte desse mundo. Meu amor por Linton é como as folhagem dos bosques:o tempo o transformará, estou bem certa, como o inverno muda as árvores. Meu amor por Heathciff assemelha-se aos rochedos imóveis que jazem por baixo do solo: fonte de alegria pouco aparente mas necessária. Nelly, eu sou Heathcliff! Ele está sempre, sempre no meu pensamento. Não como um prazer,visto como nem sempre sou um prazer para mim mesma,mas como meu próprio ser.

Mas, ela, Catherine, acaba aceitando a se casar com Linton, um homem da sua posição social, que poderia lhe oferecer uma boa vida ao contrário de Heathcliff. Então Heathcliff some por vários dias, anos, não me lembro. E quando retorna, volta rico (não me perguntem como) e com desejo de vingança.

O amor de Catherine e Heathcliff é algo avassalador, complicado, obsessivo. Ambos são orgulhosos e não admitem o próprio amor.

Algumas vezes, senti muita raiva da catherine, por ter sido tão mesquinha e egoista, mas por outro lado eu me colocava em seu lugar e a entendia, assim como também acontecia com Heathcliff.

Não tenho palavras para descrever o quanto eu amo esse livro e como eu consigo classifica-lo como meu livro favorito, mas acredito que livro seja algo muito pessoal, para algumas pessoas (como eu) talvez seja fácil de entender esse amor estranho e para outras é só mais um livro ruim sem o final esperado.

Emily Bronte soube escrever perfeitamente essa história e seus personagens são como pessoas normais, não tem aquela coisa de um ser bonzinho e o outro ser do mal, ambos tem seu lado ruim e seu lado bom e isso foi uma das coisas que eu mais gostei no livro, é algo realista e não conto de fadas.

O triste é saber que foi o único livro da autora.

Conselho de amigo: o livro pode parecer chato no começo e da vontade de desistir de ler, mas meu conselho é: não desista, vale muito a pena.

Seja qual for a matéria de que as nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais.

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In Cinzentos, Textos

Sobre Clara, Claramente

O que eu tenho pra falar é pouco. É pouco porque nunca conhecemos muito da vida. Talvez todas as minhas palavras tenham o teu perfume, talvez não. Talvez eu tenha te esquecido, talvez não. Talvez eu tenha um inconsciente que nunca te amou, e certamente não. O que conta é que nosso amor foi matéria e consequência. Foi dilúvio. Dilúvio sem arca, e não tem nada mais lindo do que morrer de metáfora no lugar de morrer por amor. Qualquer bala e suicídio dramático resolvem, mas no nosso caso, morrer era uma chance de vida. Uma permanência exacerbada, com cheiro de rosa afogada. Eu evitei esse momento o máximo que consegui, porque quis vencer. Superar. Mas qual a graça do drama amadurecido?

Eu quero apodrecer de tristeza nas tuas mãos, sem vergonha nenhuma. O problema é que já não sinto mais as tuas mãos. E o carinho, o sentimento, a culpa, é tudo esquizofrenia. Escorro livre feito um desencaminhado fora de época, e eu preciso que alguém me veja sofrer, para que eu compreenda, atônito, que não estou pedindo socorro. Clara, meu bem, eu não quero a sua volta. A nossa obra de arte é lixo reciclável, e só vemos o quão bela é a poesia alternativa quando nos afastamos da exposição. Quando nos escondemos, e vemos de longe, que nos escondemos de nós mesmos. Vemos nossas almas como quem vê um museu. Nossos móveis antigos ainda estão lá. Nosso “sim” e nosso “não”, nossos medos, nossas invejas, nossa irracionalidade. Porque só contigo eu me permito ser saudade. Só contigo eu desarmo o meu humor e digo que sou frágil feito uma rocha, mas que você é forte como uma tempestade. Passageira. Só passageira. Anos de ausência foram responsáveis pela reação em cadeia. Eu e você, aqui, juntos, agora. Explosão nuclear. Cheiro de pólvora. Cheiro de desistências, de remorsos e de amor. Eu preciso dizer, Clara, que vivi. Que estive vivo. Você sabe que a minha respiração é uma bandeira branca. Que meu corpo em chamas é morada do teu crescimento. Então eu estou aqui. Estou aqui por você, como não prometi que estaria. Talvez eu esperava que você soubesse. Talvez, não. Talvez eu só quisesse não te dar motivos de escolha. Estou aqui e pronto, quer você queira, quer não, quer você saiba, quer não. Ou então foi covardia mesmo, porque assumamos, meu amor, que não sabemos nada sobre coragem. Pulamos dentro da fogueira por inocência. De mãos dadas, atravessamos os demônios da infância, os pesadelos do cinismo, o pecado do sofrimento, as chances da vaidade. Fomos inquebráveis. Até o momento em que soubemos que mãos dadas às vezes suam. E quando limpamos o nosso esforço, ficamos vulneráveis. Não somos gente de aproveitar o passado. Olho para trás, eu vejo o presente. Olho para frente, eu vejo um futuro sem passado. Onde está o nosso amor, que não passou por aqui? Por que você permanece, Clara? Eu já soltei a sua mão. Eu não tenho mais forças pra continuar sozinho, eu me recuso a derramar um único sal que não seja lágrima. Desistir é mais nobre, é um luto. É um pedido de desculpas. Porém eu continuo, e você sabe. Eu atravessaria a morte se fosse necessário, e está doendo. As estrelas no céu, meu bem, elas continuam doendo. Vamos cantar e deixar que a Lua adormeça. O mundo, esse sentimental, anestesiou os nossos corações. E tudo bate descompassadamente até o momento em que o mundo sofreu uma desilusão. As placas tectônicas, a tragédia, o choro, o caos, o desespero. E o mundo nos acorda, nos primaveriza, e o inverno é cruel.

Nos perdemos por aqui. Nos perderemos amanhã. Só não esquece de como era estar comigo. Não esquece, na hora da tua morte física, que você amou alguém que não merecia ser amado. Que não precisava, eu acho. Você também não precisava. O choro te amou primeiro do que eu, o seu cheiro de tristeza eu sinto daqui. Seus olhos apertados e avermelhados sabiam que diríamos adeus. A nossa probabilidade era quase zero e nossa urgência aconteceu. Clara, fica. Fica para que as flores de plástico do hospital não passem a enfeitar o que é teu por direito. Minha vida, meu gosto, meu despreparo, minha infância, meu primeiro amor. Não nos artificialize, não nos materialize, porque somo só dois coros melancólicos. O vento nos aproxima, meu amor. O vento nos aproxima. Teu nome, Clara, me parece tudo, menos claro. Essa confusão e essa tempestade te deixam ainda mais bonita. É compreensível? A minha fraqueza, ela é compreensível? Não, não tente me compreender. Não tente compreender um homem rico, podre de rico, que deixa Monalisa rodando na vitrine para que possa admirá-la, sem fazer um lance sequer. Até que a pintura acabe. Só que não gostamos de exposição, eu já disse. Te deixei em pé por muito tempo. Você precisava cair. Cair em outro lugar além do meu peito, porque você finalmente notou o buraco que deixou quando eu disse adeus. Eu fui o responsável, mas eu não te quero de volta. Assumo, preciso. Mas não quero. Fica um pouco mais, só pra eu poder te ver. A verdade é que eu não tenho com o que te comprar. Eu não tenho mais a pele tão fina assim e as minhas mãos não encaixam tão perfeitamente na tua caminhada. Perdoa, meu amor, eu mudei. Nós mudamos. Mas permita que eu me esconda nas minhas sombras e te ame de longe, com calma, despetalando e vivendo um sonho. O nosso fim vai acontecer quando eu acordar e ver que eu esqueci de você como quem esquece de respirar. Estou aqui por você, Clara. Estou aqui pra você. Seria nosso destino, se o destino existisse. Um para o outro, um sem o outro.

Via tumblr: Cinzentos

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In Francielle Mariano, Textos

Cena

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In Leitura, Resenhas

Resenha: O Colecionador - John Fowles

Título: O Colecionador

Autor: John Fowles

Editora: Abril Cultural

Ano: 1980

Páginas: 234

Sinopse: O romance narra a história de Frederick Clegg, um funcionário público que coleciona borboletas e, subitamente, se torna dono de uma fortuna. Ele então passa a ter uma ambição: seqüestrar a bela Miranda, seu amor platônico. A trama se desenvolve com a disformidade da personalidade de Clegg, que tem a seu favor apenas a superioridade de força, contra a vitalidade e inteligência de Miranda que, contando com sua superioridade de caráter, confunde e ofusca o medíocre sequestrador.

Hoje eu vou falar um pouco para vocês sobre um livro que se não fosse tão estranho e maluco, não seria um dos meus preferidos. O Colecionador, li duas vezes, a segunda vez foi por pura saudade, mas antes disso fiquei como uma doida procurando este livro em tudo que é livraria e Sebo, pesquisava nos sites e só aparecia: O colecionador de ossos, sonhos, almas e bla bla bla. Desisti, até que achei em um Sebo online por 13,00 reais. Fui a pessoa mais feliz do mundo, ele ta meio velhinho- por causa do tempo, creio eu - , mas deu pra ler mais uma vez. Então já deu para você perceber que esse livro é MUITO raro de encontrar, por ser muito antigo.

Enfim, vamos a resenha: Frederick Clegg é um funcionário público com dificuldades em se relacionar e que tem em seu hobby colecionar borboletas. Ele tem uma paixão platônica por Miranda, uma estudante de artes, muito inteligente e elegante. Então ele procurava saber tudo sobre ela, seguia nos lugares, só para vê-la. Até que um dia Frederick se encontra milionário, após uma aposta, então decidi que quer mostrar a Miranda seu amor, porém, da forma mais errada e maluca que eu ja vi.

Vê-la fazia-me sempre sentir como se tivesse capturando uma verdadeira raridade, como se me aproximasse, de uma borboleta de cores difusas e muito belas. Sempre pensei nela como algo indefinível e raro.

Segue o plano: Ele compra um casarão, com um porão, afastado da cidade e de tudo, então sequestra Miranda e a deixa no porão, que é mais um quarto abafado.

Ele faz de tudo para parecer uma boa pessoa para Miranda, sempre compra coisas para ela, com a unica intenção: que ela goste dele, que ame ele, assim como ele a ama.

Miranda por outro lado, resisti a tudo, ela tem uma personalidade forte, nunca demonstrou medo, apenas tentava fugir e tentar fazer de tudo para que Frederick a mande embora e perceba que ela não é o que ele pensava que era.

A primeira parte é narrada por Frederick e a segunda parte (um pouco cansativa) é narrada por Miranda, por meio de um diário onde escrevia tudo o que acontecia, sua tentativas de fuga, o que achava sobre Frederick e etc.O livro é muito bom, é surpreendente a cada página, acompanhar essa loucura do Frederick, que como a própria Miranda fala: é digno de pena, porém se parar para pensar ele é um pobre homem apaixonado que não soube outra forma de demonstrar seu amor, e achou que a convivência com Miranda, pudesse ajuda-lo a mostrar que ele é um homem bom.

Era como se tivéssemos travado conhecimento, como se, subitamente, nos tornássemos íntimos, apesar de naturalmente, ainda nem sequer nos conhecermos na forma usual.

Eu não aceito o final até hoje mas não sei se haveria uma forma mais plausível para o desfecho da história. John Fowles soube criar uma história muito boa, bem dividida mostrando o ponto de vista de cada personagem.

Se encontrar na estante do vovô ou em algum sebo, leia é um livro baratinho com uma história que vale a pena ser lida.

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In Francielle Mariano, Textos

Sobre você, sobre nós, sobre o fim

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In Leitura, Resenhas

Resenha: Por isso a gente acabou - Daniel Handler

Autor: Daniel Handler

Editora: Cia das letras

Páginas: 326

Ano: 2012

Sinopse: Por isso a gente acabou trata, com a comicidade típica do autor, de uma situação difícil pela qual todos um dia irão passar: o fim de uma relação amorosa e toda a angústia, tristeza e incerteza que essa vivência pode gerar. Min Green e Ed Slarteron estudam na mesma escola e, depois de apenas algumas semanas de convívio intenso e apaixonado, acabam o namoro. Depois de sofrer muito, Min resolve, como marco da ruptura definitiva, entregar ao garoto uma caixa repleta de objetos significativos para o casal junto com uma carta falando sobre cada um desses objetos e do episódio que ele representou, sempre acrescentando, ao final, uma nova razão para o rompimento. Essa carta é o texto de Por isso a gente acabou, que é, assim, carregado de um tom informal e tragicômico - características da personagem - e traduz com um misto de simplicidade e profundidade a história de uma separação.

Por isso a gente acabou foi o primeiro livro em formato ebook que eu li e talvez tenha sido isso que me fez não me apegar taaanto a história.

Ele foi escrito por Daniel Handler, o mesmo autor de Desventuras em série. Eu gostei bastante da narrativa dele, é fácil de entender e bem jovial, ele foi escrito em primeira pessoa, e eu acho incrível como um cara como o Daniel, conseguiu narrar a vida de uma garota e fazer garotas se identificarem com a história.

O que me chamou atenção no livro foi o título e a capa, parece ser um livro descontraído e engraçado que se trata de um romance ruim. E é basicamente isso.

Como o próprio título diz, Por isso a gente acabou trata-se de um término de relacionamento. Ele é escrito por meio de cartas de Min Green para Ed Slarterton, com base em objetos que foram importantes e significativos na época do namoro.

Cansada dos objetos, lembranças e recordações do relacionamento, Min decide colocar tudo dentro de uma caixa, escrever uma carta e deixar na porta do ex-namorado.

Min Green é uma jovem nada popular em sua escola, ela é a tipica garota inteligente, com poucos amigos e uma paixão enorme - e bem chata- por filmes antigos. e por isso sonha em ser uma grande diretora

Ao contrário de Ed Slarteron, que é popular, cocapitão do time de basquete e super atraente, não precisa nem falar que todas as garotas querem ficar com ele.

Mas, Min Green nunca pareceu afim dele, até o dia em que ele vai de penetra na festa do melhor amigo da Min, o Al. A partir daquele dia Min e Ed foram se apaixonando um pelo outro, um romance improvável por compatibilidade.

Min odiava basquete e Ed odiava filmes e café, mas é como aquela famosa frase: "Os opostos se atraem." então, eles foram se adaptando aos gostos um do outro.

Durante o livro, Min nos mostra as fases boas e ruins do relacionamento.

Algumas vezes ela me cansava, pois vivia fazendo referências a filmes antigos. Qualquer coisa que ela via era motivo de falar: "É como naquele filme tal que a fulana faz isso e aquilo", Não é a toa que eles terminaram haha brincadeirinha.

Ed também era irritante, principalmente no começo do livro, ele é bem arrogante e egoista, acha que o mundo gira em torno dele, mas depois se torna um fofo romântico.

Também não posso deixar de citar o Al, o melhor amigo da Min, apesar de ser um personagem não muito importante ele acrescenta muito na história. Ele sempre está ao lado de Min, eles tem tudo em comum, cheguei a pensar que ele era gay no começo, assim como Ed achava, mas não. A unica coisa irritante é a manía que ele tem de não ter opinião formada sobre nada.

Uma das coisas que eu mais gostei no livro foram as ilustrações feitas pela Maira Kalman, o livro é repleto de desenhos o que torna a leitura mais divertida.

Acredito que muitas garotas vão se identificar e se identificaram com a Min, ainda mais aquelas que passaram por um caso semelhante, um romance que deu errado.

Por isso a gente acabou, não se tornou um dos melhores livros que já li na vida, mas é um bom livro para descontrair, caso você esteja a procura de um livro fácil e divertido de ler.