Entre Reticências: abril 2014

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Não foi falta de amor, foi amor demais

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Filme resenha: 50/50

Dirigido por: Jonathan Levine

Genêro: Comédia dramática

Ano: 2011

EUA

50% ou 50/50 é um filme baseado em fatos reais que se trata de um jovem com câncer, mas calma, não é nada, é só câncer (como o próprio personagem diz)

É tão natural ver filmes que falam sobre câncer e a primeira coisa que pensamos é: é triste e eu vou acabar chorando!

Mas, o que se destaca em 50% é completamente o contrário. O diretor soube cuidar de um tema tão frágil e triste e transforma-lo em uma comédia, sem insultos, humor negro, ou coisa parecida.

Adam (Joseph Gordon-levitt) tem apenas 27 anos, é um jovem que tem uma vida saudável, não fuma, não bebe. Aparentemente é um homem certinho, focado no trabalho, aquele tipo que é para casar.

Após reclamar de dores na coluna, ele decide consultar o médico e de forma bem fria descobre que tem um tipo raro de câncer e só tem 50% de chance de viver.

Á princípio ele fica meio chocado ao receber a notícia, mas tenta levar a vida normalmente, as pessoas ao seu redor parecem mais preocupadas que o próprio Adam.

Adam estava despreparado para tratar de uma doença tão difícil, ainda mais sendo jovem, quando se é jovem ninguém acha que vai ter câncer. Então ele tratava de forma indiferente, se conformando que poderia morrer a qualquer momento.

Depois de descobrir que sua namorada estava traindo-o, seu amigo Kyle resolve usar o câncer para "pegar" garotas. O que torna o filme bem mais engraçado, Adam não sabe como reagir e no começo vai assustando todas as garotas falando: "Oi tudo bem? eu tenho câncer"

Ele também faz acompanhamento com uma psicóloga muito nova para profissão, ele é seu terceiro paciente, e ela faz de tudo para ajudar, mas sua falta de experiencia e a indiferença e conformidade de Adam complicam as coisas para ela. Mas,com o tempo eles vão se tornando bons amigos.

"Tá vendo? Isso é besteira. Todo mundo fica me dizendo desde o início: "você vai ficar bem" ou "tudo vai ficar bem". Isso só piora tudo. Só piora que ninguém vire pra mim e diga: "Sinto muito mas você vai morrer".

Joseph Gordon soube fazer esse papel como ninguém, ele levou com uma naturalidade como se vivenciasse mesmo isso. Aliás todos os personagens foram excelentes.

Apesar de ser comédia, o filme toca em você, mas sem deixar cair o tema para drama total (a não ser que você seja muito sensível). O filme faz você se sentir na história e isso é incrível.

O que eu mais gostei, foi a história não ser tratada de forma completamente triste, como quando Adam vai raspar o cabelo, em um filme qualquer seria choro na certa, mas ao contrário, é divertido, ele raspa como se fosse uma simples mudança de visual.

E a trilha sonora? é a combinação perfeita, daquelas que te fazem ir para o computador pesquisar e baixar todas, vai de Jacuzzi boys, Radiohead a Pearl Jam.

Eu não tenho palavras para dizer o quanto eu gostei desse filme, tão sensível, engraçado e surpreendente.

Não se deixem levar pelo tema tratado ou pelo trailer (particularmente, acho que deveria ser melhor)

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É o meu amor que é assim

Não cheguei para mostrar que posso ser a melhor companhia pra ele, cheguei por chegar; não que isso soe com descaso, cheguei porque deveria chegar. Cheguei perto, e não nele. Gostei, adorei… Amei? Não sei, não cheguei pra mostrar isso. Cheguei pois deveria, porque tudo em mim pediu e pede sempre.
Por mim, falaria pra ele à todo momento o quanto tornou-se importante na minha vida, mas eu não quero me sentir ridícula como me sinto ao lembrar a roupa que ele usava no primeiro dia que eu o vi, ou o que eu usei no dia que saímos. O ridículo de lembrar é que não fui algo planejado, não tive tempo de pensar naquele par de roupas pra conquistar um cara, eu simplesmente saí de casa, justamente, para sair.
O tempo foi passando e tudo ficou mais fácil, por incrível que pareça. Acho que ele facilitou. O lado positivo diz que ele gostou de mim, o lado negativo acha que pesei um pouco, mas eu não acredito nisso. Hoje não quero mais um cara pra me levar em bares, pra me levar em casa jantar com a família ou num restaurante. Hoje eu só quero alguém pra perguntar do meu dia, pra me deitar no colo pra não falar nada e sentir aquelas puxadas contra o corpo com um ar de “vem mais perto”. Não quero me envolver na família, quero ser família, quero ser carinho. É o meu amor que é assim.
Olha só eu falando de amor. Quantas vezes na vida a gente consegue rotular uma relação por amor? Acho que somente quando paramos de comparar nossas relações com as demais… Quando sair de mãos dadas não significa mais nada, quando o status na rede social é indiferente… Quando só de saber que se tem, tendo, basta; pois muita gente pensa se ter, quando só carrega o nome ou um pesinho no dedo, chamado de aliança. O amor deve ser diferente de tudo que se vê por aí, pois ele é raro, mas todo mundo quer acreditar que tem ele mesmo sabendo que não. A gente nunca pode dizer que tem, mas a gente pode sentir por alguém e isso não é ter. (Querer x Poder). Assim corre o meu amor pela vida, por ela e para ela… pra ele! Morro de medo, mas é o meu amor que é assim. Calminho, mas gritante. Ardido em mim, suave nele.
Quero só ser, pra ele e pra mim. Ser. Não quero ser a melhor, nunca quis e nunca serei, mas quero estar. Gostei, adorei… Amei? Não sei, não cheguei pra mostrar isso. Cheguei pois deveria, porque tudo em mim pediu e pede sempre. Quero estar nele, com ele. Basta!

— Prefira Borboletas