Meus olhos se voltavam para ele, sem querer. As pálpebras se erguiam por conta própria, e as íris nele se fixavam. Eu olhava e sentia um prazer agudo em olhar - um prazer raro, embora doce-amargo. Precioso, mas com uma ponta de agonia. Um prazer como o que o homem morto de sede deve sentir ao perceber que o poço até o qual se arrastou tem a água envenenada, água que ele, mesmo sabendo disso, beberá de qualquer forma.
Trecho do livro: Jane Eyre - Charlotte Bronte (pág: 206)
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